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Memória de ameba


Minha memória não é das melhores, a não ser quando meu cérebro ataca de scumbag brain e lembra a letra inteira daquela pagode hit 2000 e esse meu lado desmemoriado fica evidente quando o assunto é série. Apresentarei algumas evidências...

Dragon Ball Z: assistia com meu irmão, então tenho aquele sentimento nostálgico-ternura por associar essa série com infância e meu irmão lindo. Lembro que juntando as esferas do dragão você tem o direito a um pedido (ou a especificamente reviver alguém?), aí ó, já começa a confusão. Não lembro da sucessão de eventos ao longo do episódios, apenas que o Goku viaja naquela núvem voadora, que o mestre Kami era um tarado, que tem aquele cara verde (Picolli? Picollo? Picles?) e aquele rosa que evolui à la pokemóm e fica cada vez mais bizarro (Vegeta?), tem a parada do super saia jeans, o cara fica loiro e poderoso. Ah! E o kame hame ha, sempre quis fazer isso!

Aí você diz, pô, mas você era criança e tal, dá um desconto. Ok, ok, mas vou falar de outra série marcante, também da época de infância.
Os Cavaleiros do Zodíaco: me amarrava muito, meu irmão tinha os bonequinhos, brincávamos de lutinha, mó legal. Lembro que a Saori tinha uma queda pelo Pegasus, lembro dos poderes deles e pá, mas das batalhas de não sei o que, dos eventos importantes... um branco total. E bom, era fangirl do Shiryu e sempre quis fazer o Cólera do Dragãããããão.

E a evidência mais contudente é Arquivo X. Comecei a assistir a melhor série de todos os tempos com uns 13 anos de idade, divido esse fanatismo com minha melhor amiga, compramos todos os boxes e reassistimos as temporadas ad infitum. Mas voltando aos 13 anos, quando minha amiga ficava cuidando o horário da série pra gravar em VHS, tempo difíceis... eram pilhas e pilhas de fitas que reassistíamos rezando pro vídeo cassete não travar. Desde então assistíamos over and over os episódios que tínhamos, os das últimas temporadas foram os mais fáceis de conseguir. Atualmente estamos (de novo) na sétima temporada. Aí começa e minha amiga já diz 'Ah é aquele da fulana que acontece tal coisa, lembrou?' e eu com a maior cara de paisagem digo: 'Não'. Mesmo sabendo que com certeza já assisti não me vem nada, é claro que não é assim sempre, mas olha #memória da depressão.

E só para falar um pouquinho de livros, adoro os da Agatha Christie, já li trocentos, mas acho que por ansiedade de saber logo quem é criminoso o seus motivos eu leio muito rápido para chegar logo no final e não me atenho os detalhes. Olha a ironia em muitas histórias não lembro quem fez o que e por quê. Ah, os mistérios do cérebro...

PS: Por mais tentador, não pedi ajuda ao Google para refrescar minha memória ao escrever este post.

Sobre quando descobri Jeff Lemire


Uma das descobertas literárias mais encantadoras de 2012 foi Jeff Lemire. Um belo dia li em algum tuumblr aleatório uma menina falando que estava lendo uma HQ meio doida sobre um mundo assolado por uma misteriosa praga e híbridos de crianças e animais que, por motivos desconhecidos eram imunes à ela. Meu pensamento imediato foi: PRECISO SABER MAIS! A tal HQ é chamada Sweet Tooth (lançada recentemente no Brasil pela Panini) do canadense citado aí no começo.
Não sou nenhuma especialista em coisa alguma mas vamos fingir que sou arrisco alguma opinião, os traços  são simples, bem característico de Jeff [meu best], história comovente, mas nem por isso sem violência e palavrões contrastando com momentos comoventes, cheios de ternura. O protagonista, Gus, é um jovem híbrido menino/veado, inocente, caipira que vive isolado com o pai que o proíbe de sair da floresta, pois coisas ruins podem acontecer a ele.
Temos o badass Mr. Jepperd (lembra quando falei da violência?), o vilão feladapu, quer dizer, o vilão Abbot (mais violência, além de malevolência), seu irmão Johnny e outros personagens que vão aparecendo no caminho.
Agora em meados de janeiro a série acaba com o prólogo, fico triste com o fim, mas ao mesmo tempo feliz, pois Lemire (que escreve e desenha esse comic) não esticará a história só por estar fazendo sucesso. Fiquei tão maravilhada com essa série que precisei criar um tumblr só pra poder liberar minha fangirl interior.

Seguindo em frente, um outro título desse autor que me chamou a atenção foi The Underwater Welder (que eu saiba não há publicação no brasil), que conta a história de Jack Joseph, um cara que faz soldas submarinas, prestes a se tornar pai e que tem que lidar com questões difíceis de seu passado para poder seguir em frente. Confesso que por um preconceito besta demorei a ler essa HQ pois ela é toda preto em branco e achei que seria boring, mas NÃO É! História linda também, se eu fosse manteiga derretida teria chorado.

O terceiro título que li foi Essex County, também que não acho que há em português, uma história em três partes sobre pessoas diferente, porém ligadas de alguma forma, moram no Canadá, num (acho) condado, título da história. Começamos conhecendo um garotinho que foi morar em uma fazendo com o tio após perder a mãe, o Lester. Na segunda parte conhecemos Lou e Vince, irmãos, jogadores de Hockey durante a juventude, acompanhamos esses dois até a velhice e, por fim, no volume três a história da enfermeira Anne que vai costurando a vida de todos os outros personagens. Histórias tocantes que podem acontecer com qualquer um de nós.

The Underwater Welder e Essex County foram publicadas pela Top Shelf Productions e Sweet Tooth pela Vertigo. Jeff Lemire tem publicações também na DC Comics e outras editoras norte americanas. Tem feito cada vez mais sucesso, merecidamente!